Espécies

 

O rio Guadiana e seus afluentes apresentam uma fauna piscícola extremamente variada, existindo 16 espécies de peixes dulçaquicolas autóctones e migradores, dos quais 10 são endemismos ibéricos, estando, em Portugal, 4 restringidos à bacia hidrográfica do Guadiana. Entre outros peixes migradores, de grande valor económico ainda se pode encontrar a lampreia,  a saboga enquanto que o sável que está em perigo de extinção. Todos estes aspetos contribuem para que a bacia hidrográfica do Guadiana seja considerada a mais importante em Portugal para a conservação da ictiofauna  de águas interiores.

 

   Espécies Autoctones 

 

    Saramugo, Anaecypris hispanica

(restrigidos à bacia hidrgáfica do Guadiana)

Saramugo Anaecypris hispanica  (® Carlos Carrapato) 


Morfologia - Espécie de pequeno tamanho com cabeça pontiaguda e boca súpera sem barbilhos. Os olhos são grandes e próximos do perfil doral da cabeça. As escamas são muito pequenas e numerosas a linha lateral é incompleta. Barbatana dorsal pequena atrás da inserção das barbatanas pélvicas. Barbatana dorsal com 7 raios ramificados e barbatana anal com 9 raios ramificados. Corpo prateado com os flancos com pequenas pontos negros.
Tamanho máximo (cm) - 7,5
Período de reprodução - Abril (Primavera) Maturação sexual no primeiro ano de vida.
Habitat  - O saramugo habita em pequenos cursos de água com zonas de correnteza (espécie reofílica). Esta espécie ocorre em habitats com plantas aquáticas submersas e está associado a habitats com pouca profundidade, com velocidade de corrente fraca a moderada e com substrato de granulometria fina. Existe uma associação positiva entre a abundância do saramugo com os rios que apresentam declives acentuados, locais distantes do rio principal e com baixa cobertura arbustiva.
Alimentação - A sua alimentação baseia-se principalmente em invertebrados (larvas de dípteros e hemípteros), detritos, algas e fanerogâmicas. Outros autores apontam para que o saramugo se alimente de quironomídeos, tricópteros, copépodes assim como algas filamentosas e detritos.

 


 

    Boga do Guadiana, Chondrostoma willkommii

 

(restrigidos à bacia hidrgáfica do Guadiana)

 

 boga-do-guadiana Pseudochondrostoma willkommii (® Carlos Carrapato).

 

Morfologia - É uma espécie de tamanho médio peixe dulçaquícola de corpo alongado, estreito e prateado. Apresenta focinho proeminente e boca retilínea e córnea. Barbatana  dorsal curta e barbatana caudal pronunciadamente forqueada.

Tamanho máximo (cm)- 32 
Período de reprodução - Março a Maio. Efectua migrações pré-reprodutoras para montante, durante as quais os exibem um comportamento gregário, e para a reprodução necessita de áreas com corrente, substrato em cascalho e reduzida profundidade. Durante a reprodução, os machos desenvolvem numerosos tuberculos nupciais muito pequenos por todos o corpo.
Habitat - Ocorre preferencialmente nos cursos de água permanente ou intermitentes, no rio Guadiana e nos troços mais a jusante dos seus afluentes, em zonas pouco poluídas, profundas e com alguma velocidade de corrente, refunciando-se em épocas de seca em locais com vegetação ripícola de estrato arbóreo bem desenvolvido. Os juvenis estão associados a habitats com pouca profundidade, cobertura de vegetação aquática, com corrente fraca a moderada e com substrato de granulometria fina. Adultos ocorrem em habitats com maior profundidade e substrato de maior granulometria. 
Alimentação - A boga-do-Guadiana é considerada detritívora bentónica alimentando-se de algas (perifiton), fanerogâmicas, sementes, detritos e macroinvertebrados (cladóceros, quironomídeos).

 

 

Barbo-de-cabeça-pequena, Barbus microcephalus  

(restrigidos à bacia hidrgáfica do Guadiana)

Barbo-de-cabeça-pequena Barbus microcephalus (® Carlos Carrapato).

 

Morfologia - Espécie de tamanho médio, com cabeça pequena convexa, boca inferior com 2 pares de barbilhos curtos. O lábio inferior apresenta um espessamento ósseo, os barbilhos atingem a linha média do olho. Os olhos não são tangentes ao perfil dorsal da cabeça. O perfil posterior da barbatana dorsal é concavo, sendo a inserção da barbatana perpendicular à linha do corpo. Região dorsal verde escura com região ventral esbranquiçada. Os juvenis apresentam manchas escuras na parte dorsal que desaparecem nos adultos.      
Tamanho máximo (cm) - 50
Período de reprodução - Abril-Junho; Abril a Maio.
Habitat - É uma espécie bentónica (que vive nos fundos), sectores com maior profundidade, com corrente lenta a moderada e substrato com maior granulometria. A sua abundância está associada a rios de ordem elevada e baixa altitude, com declive suave, i.e. grandes tributários, e rios de tamanho médio. Os indivíduos de grandes dimensões em locais mais distantes da nascente, enquanto os indivíduos pequenos surgem em locais mais a montante, troços mais estreitos e baixa profundidade, pH baixo e com poucas fontes de poluição. O barbo-de-cabeça-pequena não ocorre em zonas lênticas, em rios de pequenas dimensões nem em rios com elevadas condutividades, sem macrófitas, preferindo condições lóticas com vegetação e sem substrato fino.
Alimentação - O barbo-de-cabeça-pequena alimenta-se nos fundos principalmente de material vegetal, larvas de dípteros, tricópteros, himenópteros, molusca.

 

Caboz-de-água doce,  Salaria fluvuatilis

(restrigidos à bacia hidrgáfica do Guadiana)

Caboz de agua doce, salaria fluvautilis (® Carlos Carrapato).

Morfologia - Peixe de pequeno tamanho com corpo sem escamas ou muito pequenas. Por cima do olho tem um pequeno tentáculo filiforme. Boca terminaal proeminete, sem barbilhos e com barbatana dorsal e anal muito compridas. Os machos com uma crista cefálica muito desenvolvida durante o período de reprodução. Coloração variável, com tendência para apresentar bandas transversais escuras. 
Tamanho máximo (cm) - 15
Período de reprodução - Abril-Julho.
Habitat geral - É uma espécie que vive no fundo dos rios (bentónico), surgindo principalmente em rios de grandes dimensões. Habita em zonas profundas com velocidade da corrente elevada, com cascalho grosso e blocos. Também pode ocorrer em águas quietas e turvas desde que disponha de pedras onde possa realizar a postura. O caboz-de-água-doce encontra-se associado a locais com maiores velocidades de corrente e com pouca profundidade e maiores condutividades.
Alimentação - O caboz-de-água-doce é um predador bentónico de insectos aquáticos, capaz de capturar juvenis de peixes. Consome larvas de efemerópteros e de dipteros (quironomídeos), ocasionalmente ingere material vegetal.

    

 

Boga-de-boca-arqueada, Chondrostoma lemmingii

 
 
      


 

Boga-de-boca-arqueada, tambem conhecida por Pardelha
Morfologia - Espécie de pequeno tamanho, com corpo alongado moderadamente achatado apresentando um perfil ligeiramente convexo na região anterior. A boga é arqueada, inferior sem barbilhos. A linha lateral completa com 51 a 61 escamas, existem entre 11 a 14 fiadas transversais de escamas acima da linha lateral. A barbatana anal é ligeiramente mais pequena do que a barbatana dorsal, a barbatana caudal ligeiramente forqueada. Os perfis das barbatanas anal e dorsal são convexos. Escura, podendo aparecer pequenas manchas negras espalhadas pelo corpo.     
Tamanho máximo (cm) - 14,5
Período de reprodução -  Março-Maio;
Habitat geral - Esta espécie ocorre nos troços superiores dos tributários, havendo uma forte associação com a presença de lençois freáticos e abundante vegetação aquática, preferindo os habitats com maiores profundidades e larguras. A boga-de-boca-arqueada ocupa rios em locais com declives acentuados, baixa insolação, com estrato arbóreo e afastado do rio principal e com corrente fraca. Prefere substrato de granulometria fina, ocorrendo preferencialmente em pêgos.
Alimentação - A boga-de-boca-arqueada é detritivora alimentando-se ocasionalmente de algas, fanerogâmicas, zooplâncton e macroinvertebrados aquáticos.

 

 

    Barbo do Sul, Barbus sclateri     

 

        

 

Barbo-do-Sul, tambem conhecido por Barbo-do-Algarve, Barbo-gitano
Morfologia - Espécie de tamanho médio, com boca inferior apresentando 2 pares de barbilhos longos que ultrapassam a linha posterior do olho. A boca tem lábios grossos e os olhos estão afastados do perfil da cabeça. O raio da barbatana dorsal apresenta ossificação entre 2/3 a 3/4 da altura. A margem posterior da barbatana dorsal é linear sendo a sua inserção obliqua ao corpo. Região dorsal castanho-esverdeado região ventral amarela com tons de vermelho. Manchas escuras nos juvenis que desaparecem nos adultos.     
Tamanho máximo (cm) - 46
Período de reprodução -  Abril a Junho;Abril-Junho; Temperatura e oxigénio dissolvido explicam o inicio da migração.
Habitat geral - O barbo-do-Sul ocupa várias partes do rio, não ocorrendo em águas frias e rápidas, surgindo principalmente em pêgos. Esta espécie encontra-se associada a zonas mais oxigenadas e com presença de abrigos. Está associado a zonas com maior profundidade e substrato com maior granulometria, raramente ocorre no rio principal, surgindo nos tributários de dimensão média. Esta espécie encontra-se associado a elevadas condutividades na água, troços com vegetação aquática nas margens e elevada turbidez.
Alimentação - O barbo-do-Sul alimenta-se principalmente de macroinvertebrados aquáticos (larvas de dipteros, efemerópteros e tricópteros), plâncton, macrófitos, detritos de origem vegetal e areia.

 

 

    Barbo de Steindachner, Barbus steindachneri   

 

      

 


Barbo de Steindachener tambem conhecido por Barbo intermédio
Morfologia - Peixe de médias dimensões com boca infera com 2 pares de barbilhos de tamanho mediano atingindo a metade do olho. A cabeça e o focinho são longos, olhos abaixo do perfil dorsal da cabeça. A margem posterior da barbatana dorsal é quase perpendicular relativamente ao perfil do corpo. Região dorsal verde escura com região ventral branca, cor de rosa ou amarela. Manchas escuras nos juvenis que desaparecem nos adultos.   

Tamanho máximo (cm) - 50

Período de reprodução - Abril-Junho; Abril a Maio.
Habitat geral - O barbo-intermédio vive no fundo dos rios (i.e. bentónico), ocorrendo em rios de grandes dimensões. Esta espécie está associada a zonas com maior profundidade e substrato com maior granulometria, não estando associado a troços com elevadas velocidades de corrente. Apesar de ocupar nas zonas baixas dos tributários e rios principais, ocorre também nos troços superiores dos tributários. Os juvenis e os adultos ocorrem em locais com baixas velocidades de corrente (0-0,1 m/s), com profundidades entre 50 a 70 cm, zonas de bloco ou rocha, com abrigo.
Alimentação - O barbo-intermédio come principalmente material vegetal, larvas e adultos de dipteros (quironomídeos) e adultos de coleópteros. Esta espécie ingere também crustáceos planctónicos (cladóceros, ostrácodes e ciclópodes), detritos, algas verdes e sementes.

 

 

 

    Bordalo, Squalius alburnoides”        

 

 

Morfologia - Espécie de pequenas dimensões com corpo comprimido e estreito, perfil da cabeça rectilíneo e perfil ventral convexo e ascendente. Boca é terminal sem barbilhos, com maxilar inferior bem desenvolvido. A comissura bocal é grande e obliqua, olhos grandes. Linha lateral completa com inclinação na parte inicial com 38 a 44 escamas. Origem da barbatana dorsal posterior à linha vertical da inserção posterior das barbatana pélvicas.
Tamanho máximo (cm) - 13,5
Período de reprodução - Março-Julho.
Habitat - O bordalo vive em rios com corrente e maior granulometria do substrato, de reduzida largura e profundidade e com abundância de macrófitas emergentes. Habitando em zonas de correnteza, estando associado a rios com solos ácidos e a zonas não poluídas. Ocorrem em zonas com 0,3 a 0,7m de profundidade, correntes nulas ou reduzidas em substratos finos designadamente vasa. Existe segregação espacial entre diferentes formas. Machos diplóides são mais abundantes em zonas de pequena profundidade, temperaturas mais elevadas , substrato de vasa ou areia. Fêmeas triplóides ocorrem em zonas de maior velocidade, elevado coberto vegetal.
Alimentação - Esta espécie alimenta-se principalmente de insectos aquáticos (insectívora) ingerindo também outras presas. As larvas de dípteros (quiromnídeos e simulídeos), de efemerópteros, coleópteros adultos, corixídeos, gastrópodes, ostrácodes, nemátodes, sementes, material vegetal e areia são presas comuns do bordalo. Ocasionalmente consome gémulas de spongilidae e estatoblastos de ectoprocta. Existem diferenças entre as diferentes formas desta espécie, os machos diplóides são mais especialistas enquanto que as fêmeas diplóides alimentam-se de uma maior diversidade de presas.

 

 

 

    Verdemã-comum, Cobitis paludica

 

Verdemã-comum, cobitis paludica (® Carlos Carrapato).


Morfologia - A verdemã é um peixe de pequenas dimensões sem escamas ou tão pequenas que só se podem distinguir à lupa. Apresenta um corpo alongado com boca inferior de pequena dimensão e com três pares de barbilhos na região da boca. A barbatana dorsal é pequena, geralmente os machos são menores que as fêmeas, apresentando na base do segundo raio das barbatanas peitorais uma lamina circular a escama de canastrini. Esta espécie normalmente tem manchas escuras nos flancos e dorso. A cabeça tem pequenas manchas escuras. Os machos apresentam manchas laterais que formam linhas bem definidas.
Tamanho máximo (cm) - 8,5
Período de reprodução - Maio-Junho; 
Habitat - A verdemã ocorre nas partes médias e baixas dos rios. Esta espécie associa-se a habitats com pouca corrente, pouca profundidade, fundos de areia, gravilha, lodo e pedras e vegetação. Ocorrendo em rios com coberto arbóreo pouco desenvolvido, solos ácidos e com sedimentos (areia). A pluviosidade parece estar associada negativamente com a abundância desta espécie no rio Mira. É uma espécie que vive enterrada na areia movendo-se pouco.
Alimentação - A verdemã é considerada como detritívora bentónica, mas alguns autores constataram que se alimenta de larvas de dípteros (quironomídeos, simulídeos e ceratopogonídeos), efemerópteros, ostrácodes, algas unicelulares, cladóceros, moluscos e crustáceos.

 

 

    Cumba, Barbus comizo

 

 


Morfologia - Espécie que pode atingir grandes tamanhos, o corpo é longo e fusiforme, apresentando uma cabeça geralmente alongada com a boca sub-terminal com 2 pares de barbilhos. Os indivíduos de maiores dimensões apresentam lábios muito espessos, barbilhos atingem a linha anterior do olho. Os olhos contiguos ao perfil dorsal da cabeça, perfil da cabeça concâvo. A barbatana dorsal apresenta um perfil concavo sendo a sua inserção perpendicular ao perfil do corpo. Região dorsal verde escuro, região ventral esbranquiçada com tons laranja ou cor de rosa. Manchas escuras nos juvenis que desaparecem nos adultos. Os machos apresentam tubérculos nupciais muito desenvolvidos na parte anterior da cabeça durante a época de reprodução.      
Tamanho máximo (cm) - 100
Período de reprodução - Guadiana Abril-Junho; Abril a Maio.
Habitat geral - Esta espécie ocorre em rios de grandes dimensões com grandes profundidades e larguras, correspondendo aos troços baixos dos tributários e no troço principal do rio. Estes partes dos rios geralmente apresentam condições lóticas durante o Verão. O cumba está associado a zonas com maior profundidade e substrato com maior granulometria, com pH baixo e plantas aquáticas submersas. Os adultos surgem em locais distantes da nascente e enquanto os juvenis em locais mais a montante de profundidades mais reduzidas.
Alimentação - O barboo-cumba apresenta fundamentalmente uma alimentação planctónica sendo ocasionalmente carnívoro (Insectos-quironomídeos e Peixes); Esporadicamente ingere restos vegetais, algas verdes e detritos.

 

 

    Enguia,  Anguilla  

    
Enguia, tambem conhecida por iró, meixão (juvenis), Angula (juvenis)
Morfologia - Corpo serpentiforme podendo atingir grandes dimensões, boca proeminente, com barbatanas pares, barbatanas impares unidas formando uma barbatana única. Corpo coberto de muco. Coloração variável, o dorso pode ser negro, verde ou amarelo enquanto a zona ventral é esbranquiçada ou amarelada.      
Tamanho máximo (cm) - 150
Período de reprodução - Migração reprodutora para o mar ocorre no Outono e Inverno
Habitat geral - Peixe que vive sobretudo no fundo dos rios e barragens, i.e. de hábitos bentónicos, colonizando uma grande variedade de habitats. É mais activa durante noite, escondendo-se em buracos durante o dia. A enguia ocorre em rios com águas correntes, oxigenadas, menos frias e com leitos adequados à escavação (areias e lodos) ou com densa vegetação. A abundância desta espécie está relacionada positivamente com a proximidade da foz do rio e com a quantidade de chuva anual. Os machos predominam nos estuários e as fêmeas na parte superior dos cursos de água.
Alimentação - De uma forma geral a enguia parece alimentar-se de todo o tipo de alimento, i.e. é omnívora. As presas da enguia podem ser desde matéria mineral, material vegetal (algas macrófitas), detritos, macroinvertebrados aquáticos (moluscos, larvas de dipteros, crustáceos) a peixes. No estuário do Tejo alimenta-se preferencialmente de anfípodes e caranguejos decápodes (Carcinus maenas), seguido de poliquetas, bivalves, isópodes e peixes (Pomatoschistus sp.). No entanto, em água doce a enguia ingere preferencialmente de larvas aquáticas de insectos (dipteros, ninfas de efémerópteros seguido por tricópteros) e oligoquetas.

 

 

  Tainha,  Liza aurata         
 

 
 
 

Tainha-garrento, Tainha amarela
Morfologia - Peixe de médias dimensões com duas barbatanas dorsais bem separadas, sendo primeira barbatana dorsal com 4 raios. O lábio superior estreito. Não apresenta membrana ocular adiposa. 6 a 10 listas longitudinais mais escuras nos flancos.    
Tamanho máximo (cm) - 27
Período de reprodução - Agosto a Outubro.
Alimentação - A taínha parece ter uma grande plascidade alimentar, sendo uma espécie detritívora com faceta marcadamente herbívora. Acentuada apetência por poliquetas. 

 

 

    Muge, Liza ramada        


Morfologia - Peixe de média dimensões com duas barbatanas dorsais bem separadas, tendo primeira barbatana dorsal 4 raios. A cabeça é mais pontiaguda e achatada, o contorna da cabeça forma um ângulo obtuso. O lábio superior é estreito e o olho não apresenta membrana ocular adiposa. 6 a 10 listas longitudinais mais escuras nos flancos.   
Tamanho máximo (cm) - 49
Época de reprodução - Novembro a Fevereiro (Mira); migram entre Agosto e Novembro; Setembro até Novembro.
Habitat geral - A muge ocorre em águas salobras tendo hábitos mais bentónicos enquanto em águas doces vive junto à superfície da água (nectónica). Exploram as zonas mais profundas dos estuários nas últimas horas da enchente e primeiras da vazante. Esta espécie sobrevive em meios de salinidade bastante baixa ou mesmo nula.
Alimentação - A muge apresenta uma grande plasticidade alimentar sendo considerada detritívora com uma faceta herbívora, alimentando-se de algas (cianofícias, bacilariofícias, euglenófitas, clorófitas e feofícias). Prefere poliquetas, nemátodas, oligoquetas, crustáceos, fibras de papel, sedimento e detritos orgânicos. Em água doce alimenta-se de microalgas planctónicas. Tem uma maior taxa de alimentação ao pôr do sol e nascer do sol. Em água salobra, microalgas bentónicas sendo a sua actividade alimentar maior na preia-mar.
Tamanho mínimo de captura - 20
Período de pesca - Todo o ano.
Localizações em Portugal - Encontra-se no rio Cávado, Douro, Guadiana, Leça, Lima, Lis, Minho, Mira, Mondego, Sado, Sorraia, Tejo eVouga e também nas barragens de Belver e Crestuma Lever; ribeiras costeiras de Mira ao Algarve e rias de Aveiro e Formosa.

 

    Sável, Alosa alosa      

 


Morfologia - Peixe de tamanho médio com corpo esbelto, fusiforme e alto, escamas grandes, delgadas e pouco aderentes. Maxila superior com um recorte nítido que corresponde a uma protuberância na maxila inferior. Linha lateral ausente. Na porção anterior dos flancos apresenta geralmente uma mancha escura.      
Tamanho máximo (cm) - 83
Período de reprodução - Junho-Julho; Fevereiro a Maio (Tejo); inicia a migração anádroma com 2 a 7 anos.
Habitat - Peixe que ocupa principalmente a coluna de água, i.e. peixe pelágico.
Alimentação - O sável ingere principalmente animais de pequenas dimensões, zooplâncton (nomeadamente crustáceos cladóceros, copépodes e ostrácodes) e algas filamentosas. No mar, os adultos desta espécie alimentam-se de zooplâncton (larvas de crustáceos e de peixes), enquanto que nas águas salobras comem sobretudo crustáceos. Nas águas doces ingerem larvas de insectos e pequenos crustáceos planctónicos. Durante a migração reprodutora os peixes adultos não se alimentam.
       
 

   

    Lampreia, Petromyzum marinus

 lampreia Petromyzum marinus (® Carlos Carrapato).

 

Morfologia - A lampreia-marinha é a maior lampreia anádroma que se conhece. As lampreias pertencem à sub-classe Cyclostomata, significando esta palavra “peixe de boca circular, , apesar desta designação a maior parte dos biólogos não as considera verdadeiros peixes pois, não possuem escamas, mandibulas e barbatanas pares. São sim vertebrados  primitivos pertencem ordem Petromyzoniformes. O seu corpo é anguiliforme e nadam impelidas pelos movimentos ondulatórios do seu corpo. A sua pele é viscosa, as barbatanas dorsais são aproximadamente triangulares e há uma quase continuidade entre a segunda dorsal e a caudal.  As regiões laterais e dorsais do corpo têm uma coloração cinzenta-amarelada com manchas irregulares escuras. A região ventral é branca-amarelada, têm dois pequenos olhos ladeando a sua pequena narina. A região branquial localizada posteriormente aos olhos exibe 7 orificios branquiais de cada lado dos seu flancos. A sua boca semelhante a uma ventosa apresenta numerosos dentes curtos e aguçados que lhe permitem a fixação aos flancos dos peixes que parasitam, o número de dentes e a sua configuração são característicos de cada espécie servindo assim de base para a sua identificação.  No centro existe a língua que funciona como um pistão perfurando a pele do peixe hospedeiro. Na boca existem ainda numerosas glândulas que segregam uma substância anti-coagulante  permitindo que o sangue do peixe hospedeiro continue a fluir. 

Tamanho máximo (cm) - podendo atingir 1.20 m de comprimento e pesar 2.30 Kg 
Período de reprodução -  A lampreia-marinha inicia a sua migração reprodutora nas principais bacias portuguesas no final de Dezembro-início Janeiro, com um pico em Fevereiro e Março, prolongando-se até final de maio, ínício de Junho. Os progenitores escavam e fazem os ninhos em zonas em que o substrato é constituído predominantemente por cascalho, dando-se posteriormente o acasalamento. Os progenitores morrem após a postura. A vida larvar prolonga-se por 4-5 anos, permanecendo os amocetes enterrados em fundos de areia ou gravilha. Pouco depois da metamorfose, começa a migração para o mar onde vivem na plataforma continental até à maturação sexual, durante 20-30 meses. As migrações das jovens lampreias rio abaixo são nocturnas e ocorrem entre Dezembro e Janeiro.

Habitat  - Nos rios habita locais com fundos pedregosos e de gravilha, preferindo águas límpidas e oxigenadas, pouco profundas e de corrente fraca. As zonas estuarinas são utilizadas na subida e descida para o mar, funcionando como corredor migratório. O mar é o habitat da fase de crescimento, voltando aos rios para iniciar a reprodução.

Alimentação - No mar têm uma alimentação hematófaga, parasitando peixes. Quando regressam aos rios, deixam de se alimentar. As larvas nos rios têm uma alimentação filtradora (algas e diatomáceas)

 

    

    Saboga, Alosa fallax

     

     

Morfologia - Peixe de tamanho médio, com corpo alto, escamas grandes, delgadas e pouco aderentes. Maxila superior com um recorte nítido que corresponde a uma protuberância na maxila inferior. Exibe uma coloração azul brilhante no dorso e prateada nos flancos e ventre. Na porção anterior dos flancos com 9 a 10 manchas escuras que diminuem de tamanho ao longo do corpo.
Tamanho máximo (cm) - 55
Período de reprodução -  Migração reprodutora entre Março a Junho e desova em Maio; inicia a migração anádroma com 2 a 8 anos.
Habitat  - Peixe que ocupa a coluna de àgua, pelágico. Ocorre principalmente na parte mais a jusante dos rios (próxima dos estuários). A savelha reproduz-se nos rios.
Alimentação - A savelha alimenta-se na coluna de água, alimentação planctónica (misidáceos, caranguejos, camarões, isópodes, insectos, detritos e ocasionalmente anelídeos, gastrópodes, cefalópodes, ovos de peixes, decápodes e anfípodes) mas também come peixes (sardinha, anchova, alcabrozes, peixe-rei). As savelhas com apenas 3 cm ingerem copépodes, depois com 5 a 10 cm comem zooplâncon, insectos e plantas. Nos estuários consomem crustáceos e no mar peixes e crustáceos. Durante a migração reprodutora os peixes adultos não se alimentam.

 

    Escalo-do-Sul, Squaçius pyrenaicus


Morfologia - Espécie de tamanho médio, de corpo alongado com cabeça grande e boca terminal. A base das escamas está geralmente pintada de negro. O perfil da cabeça é pontiagudo. A barbatana dorsal tem 8 raios ramificados. O terceiro osso sub-orbital é largo.
Tamanho máximo (cm) - 18
Época de reprodução - Guadiana: Abril-Julho; Guadalquivir: Abril-Julho(femeas >101mm); Maio-Junho (femeas<100mm); Tejo: Maio a Junho (Sorraia).
Habitat geral - O escalo-do-sul é uma espécie ubíqua que está presente em rios até ordem 5, surgindo principalmente em zonas de montante (locais com maior altitude). Prefere locais dos rios com cobertura vegetal (arbustiva, arbórea e vegetação aquática), baixa velocidade de corrente. O escalo-do-Sul encontra-se associado a habitats com pouca profundidade, cobertura de vegetação aquática, com corrente fraca a moderada e com substrato de granulometria fina. No rio Sorraia os adultos do Escalo encontram-se no rio principal e os juvenis nos tributários mais pequenos.
Alimentação - O escalo-do-Sul é uma espécie insectívora no entanto alimenta-se de outras presas para além de insectos, nomeadamente moluscos, peixes, crustáceos, anfíbios, matéria vegetal e ácaros. Entre os insectos prefere larvas de efemerópteros (caenídeos) e dípteros (quironomídeos, simulídeos), coleópteros adultos, formicídeos, larvas de tricópteros (hidropsiquídeos).
Tamanho mínimo de captura - 10
Período de pesca - Todo o ano.
Localizações em Portugal - Nos rios Ardila, Bazágueda, Caia, Degebe, Guadiana, Meimoa, Nabão, Sado, Sever, Sôr, Sorraia, Tejo, Xévora e Zêzere. Barragem de Apertadura, Belver, Cabril, Capinha, Montargil, Monte Novo e Vale do Gaio. Ribeiras costeiras do Oeste até ao Algarve e afluentes do Guadiana. 

 

 

    Esrurjão, Acipenser sturio

 

      O Guadiana foi também o último rio português onde o solho ou esturjão se fez representar, tendo os últimos exemplares sido capturados nos finais dos anos setenta


Esturjão, tambem conhecido por Solho, Solho-rei
Morfologia - Peixe de grandes dimensões, achatado dorso-ventralmente formando um corpo fusiforme. Apresenta uma barbatana caudal heterocerca o corpo coberto por cinco fiadas de placas ósseas, focinho cónico. Boca pequena sem dentes com 4 barbilhos. Dorso castanho ou cinzento escuro. Região lateral mais pálida e ventre branco.      
Tamanho máximo (cm) - 350
Época de reprodução - Maio a finais de Junho.
Habitat geral - Pouco se sabe sobre o habitat que o esturjão vive, apenas que passa a maior parte da vida no mar entre os 5 e 60 metros vindo reproduzir-se nos troços principais dos rios.
Alimentação - Os alevins alimentam-se de plâncton (camarões e anfípodes) e larvas de quiromonideos. Na fase marinha os juvenis e adultos comem fundamentalmente de poliquetas incluindo crustáceos e moluscos. Durante a migração anádroma os adultos não se alimentam.

 

 

<º'(((><  Espécies Exóticas

 

 

    Ablete, Alburnus Alburnus  

 

 

Morfologia - Espécie de pequeno tamanho, da família dos cipríneos e com um aspecto prateado, tem um corpo alongado, a boca oblíqua ao alto com a maxila inferior a ultrapassar a superior, possui uma barbatana anal maior que a dorsal, as barbatanas são praticamente transparentes e possui uma linha lateral ao longo do corpo.
Tamanho máximo (cm) - 20 a 25 cm
Período de reprodução - situa-se entre Abril e Junho e sempre em locais de águas calmas e de preferência junto à vegetação ou mesmo em fundos com pequena gravilha, quando a temperatura da água atinge os 14/15ºC., podendo cada fêmea conseguir na postura até cerca de 2000 ovos, ficando estes aderentes às plantas aquáticas e com uma incumbação de 2 a 3 semanas. Durante o período de reprodução os machos apresentam-se cobertos de tubérculos nupciais no dorso e flancos e as suas barbatanas adquirem uma coloração alaranjada.
Habitat  - Nativo da Europa , habita em todos os sectores das ribeiras, rios e albufeiras que possuem águas calmas, claras e bem oxigenadas. O alburno tambem conhecido por a Ablete movimenta-se em grupos numerosos e em águas de superfície e meio-fundo e prefere as áreas junto às margens que têm protecção ou onde haja suficiente vegetação, com o aumento da temperatura sobe à superfície para alimentar-se de qualquer insectos que cai na água, sendo um peixe excelentemente foraz apesar de ser da família dos cipríneos.

Alimentação - A sua alimentação alimenta-se fundamentalmente de larvas e insectos que vão caindo na água, sobretudo a formiga de asa, de detritos vegetais e também de pequenos moluscos e algas. Os recém-nascidos alimentam-se de plancton. 

 

 

    Chanchito, Cichlasoma facetum   

 

            

chanchito, cichlasoma facetum (® Carlos Carrapato).


Chanchito, tambem conhecido por Espanhol, Castanhola, Castanheta
Morfologia - Peixe de tamanho médio com corpo alto e estreito. A barbatana dorsal é bastante comprida alcançando 2/3 do comprimento total. A barbatana caudal é redonda. Os raios posteriores das barbatanas dorsal e anal mais longos. Amarelo metálico a esverdeado com várias bandas escuras transversais. Na base da barbatana caudal há uma mancha escura.    
Tamanho máximo (cm) - 18
Período de reprodução - Abril e Junho.
Habitat geral - O chanchito vive em charcos e locais com águas tranquilas.
Alimentação - Esta espécie é insectivora (alimenta-se de larvas de insecto) ocasionalmente consome material vegetal.

 

    

Perca-sol, Lepomis gibbosus  

  

perca-sol, Lepomis gibbosus (® Carlos Carrapato).

Morfologia - Peixe de pequeno tamanho que não ultrapassa os 15 cm, corpo alto com cor muito vistosa. A barbatana dorsal tem uma ligeira depressão, sem constituída por uma primeira parte de raios ossificados e uma segunda com raios ramificados. O maxilar não alcança o bordo posterior do olho. Bandas azuladas que irradiam da cabeça até aos flancos. Mancha negra e vermelha na parte posterior do opérculo. Ventre amarelado.
Tamanho máximo (cm) - 15
Período de reprodução Maio até Agosto;
Habitat geral - A perca-sol ocorre nas zonas lênticas nomeadamente lagoas e troços de rios com escassa profundidade de corrente lenta e densa vegetação. Esta espécie suporta a falta de oxigénio e altas temperaturas.
Alimentação - A perca-sol alimenta-se de insectos (espécie insectívora). Consome preferencialmente larvas de quironomídeos, hemípteros, tricópteros, efemerópteros, odonatos, corixídeos, copépodes, ostrácodes, ovos de peixe e material vegetal. Os indivíduos de maiores dimensões alimentam-se de Atyaephyra desmaresti e caracóis, enquanto os indivíduos de menores tamanhos consomem microcrustáceos, especialmente cladóceros.

 

 

    Achigã, Micropterus salmoides                              

Achigã, Micropterus salmoides (® Carlos Carrapato).


Morfologia - Peixe de tamanho médio, com corpo alto, com boca de grandes dimensões protráctil com dentes nas mandibulas e na lingua. A barbatana dorsal com uma depressão dividindo-a em duas. O maxilar ultrapassa o bordo posterior do olho. Bandas escuras mais ou menos evidentes nos flancos. Corpo verde azeitona, os jovens com manchas no corpo.   
Tamanho máximo (cm) - 97
Período de reprodução - Março a Julho; 
Habitat geral - Peixe sedentário que prefere águas quentes, limpídas, com vegetação abundante e escassa corrente. Nos rios coloniza tipicamente as zonas média e terminal, i.e. a maiores distâncias das nascentes. Os juvenis ocorrem em zonas menos profundas enquanto os adultos em maiores profundas.
Alimentação - A achigã é uma espécie predadora que se alimenta predominantemente de peixe e lagostim-de-água-doce à medida que cresce. Consome larvas de insectos aquáticos, lagostim-de-água-doce, anfibios, peixes e ocasionalmente de micromamíferos e répteis. Os indivíduos com menos de 10cm comem efemerópteros, rotíferos, cladóceros e copépodes, enquanto que os peixes entre 10 e 20cm, ingerem ninfas de odonata, peixe. Os peixes maiores que 20 cm alimentam-se de ninfas de odonata, peixe e lagostim. No rio Guadiana alimenta-se de lagostim-de-água-doce, cladóceros, perca-sol, dipteros, efémeropteros, caboz-de-água-doce, coleópteros, aracnídeos, dermápteros, cladóceros e hemípteros. Não se alimenta no período reprodutor nem quando a água está a baixo dos 5ºC ou acima dos 37ºC.

 

 

    Pimpão, Carassius auratus 

 

                                                                         Pimpão, carassius auratus (® Carlos Carrapato).
 

Pimpão, também conhecido por Peixe-vermelho, Peixe-dourado   
Morfologia - Espécie de tamanho médio, com uma barbatana dorsal comprida com pelo menos o dobro do comprimento da anal. Cabeça grande relativamente ao tamanho do corpo, apresentando uma boca pequena, terminal e sem barbilhos. Coloração variável entre castanho esverdeado e dourado, existindo formas com cores e aspectos chamativos usadas como peixes ornamentais.
Tamanho máximo (cm) - 45
Período de reprodução - Maio-Junho. 
Habitat geral - O pimpão vive em águas pouco profundas de lagoas e rios de corrente lenta, com vegetação abundante e fundos vasosos ou arenosos.
Alimentação - Esta espécie é principalmente detritívora mas também alimenta-se de invertebrados aquáticos, nomeadamente larvas de dipteros (quironomídeos e simulídeos), copépodes, ostrácodes, e efemerópteros (caenídeo). Ocasionalmente come material vegetal, algas e fanerogâmicas.

 

     Lucio, Exox lucius   

                                                                        Lúcio, Exox lucius (® Carlos Carrapato).
 

Morfologia - O lúcio pode atingir grandes dimensões, apresenta um corpo alongado, com focinho comprido e achatado. A boca é grande. A barbatana dorsal é oposta à anal e muito posterior. Cor verde ou esverdeada com manchas amarelas.      
Tamanho máximo (cm) - 107
Período de reprodução - Douro (Espanha): Janeiro a Abril; Fevereiro a Abril.
Habitat geral - O lúcio vive em zonas remansas com correntes baixas e vegetação abundante. Ocorre nas zonas litorais das barragens e em zonas muito profundas dos rios.
Alimentação - O lúcio é uma espécie carnivora predadora que muda progressivamente de invertebrados para vertebrados de acordo com o seu tamanho. Os indivíduos menores que 20cm ingerem principalmente efemerópteros, gambusias, larvas de dipteros, odonatas, isópodes, anfipodes, cladóceros, coleópteros, plecópteros e verdemãs. Os peixes maiores que 20cm comem sobretudo peixes, nomeadamente gambusias, bogas, achigã, escalos, barbos e carpas, ocasionalmente também se alimentam de lagostim-se-água-doce e anfibios.

 

Lucio-Perca, Stizostedion                


Morfologia - Peixe de tamanho médio, com corpo alongado com a cabeça grande, boca com dentes proeminentes, fortes e maxilar largo. O lucioperca apresenta duas barbatanas dorsais espinhosas, com escamas pequenas. Dorso esverdeado com oito a doze bandas transversais.  
Tamanho máximo (cm) - 83
Período de reprodução - Primavera.
Habitat geral - A lucioperca surge em zonas profundas e tranquilas com fundos rochosos e águas turvas. Ocorre também na coluna de água.
Alimentação - Os adultos alimentam-se exclusivamente de peixes (escalos), enquanto os jovens alimentam-se de crustáceos (dafnias).


 

     Carpa, Cyprinus carpio   

 

Morfologia - Peixe de tamanho médio a grande, com uma barbatana dorsal grande com pelo menos o dobro do comprimento da anal. A boca apresenta 2 pares de barbilhos sensoriais sendo terminal e protráctil. Podem existir formas sem escamas no corpo. Variável geralmente verde-acastanhada, os flancos em tons dourados que escurecem em direcção ao dorso.   

Tamanho máximo (cm) - 85
Período de reprodução - Abril-Junho; 
Habitat  - A carpa vive sobretudo em águas paradas ou com pouca velocidade de corrente e com fundos vasosos, preferindo rios com grandes profundidades. É uma espécie bentónica que ocorre nas zonas litorais dos rios e barragens. Na Primavera surgem em habitats pouco profundos com vegetação para realizar a postura.
Alimentação - É uma espécie com uma alimentação generalista (omnívora). Ingere nemátodes, cladóceros, larvas de dipteros e copépodes, crustáceos e alevins de outros peixes. Também come plantas (gramíneas), larvas de tricópteros (hidropsíquideos) e efemerópteros (caenídeos). Em barragem alimenta-se de crustáceos planctónicos e detritos.

 

Peixe-Gato - Ameiurus melas     

                                                                   Peixe-gato, Ameiurus melas (® Carlos Carrapato).

Morfologia - Peixe de tamanho médio, sem escamas ou tão pequenas que só se podem distinguir à lupa. Com quatro pares de barbilhos sendo um dos pares mais comprido que as barbatanas peitorais. Com duas barbatanas dorsais, sendo a segunda barbatana dorsal adiposa. Corpo coberto com muco. Apresenta nas barbatanas peitorais e dorsal raios bem ossificados, formando espinhos. Preto excepto na zona ventral que é amarelada.
Tamanho máximo (cm) - 29
Período de reprodução - Fim da Primavera ao inicio do Verão.
Habitat - O peixe-gato vive nos fundos dos rios e barragens, i.e. bentónico. Esta espécie prefere zonas de corrente lenta e fundos arenosos ou vasosos. O peixe gato é extremamente resistente à poluição, escassez de oxigénio e altas temperaturas (exemplo 30ºC). Está mais activa durante a noite.
Alimentação - O peixe-gato tem uma alimentação generalista (i.e. espécie omnívora) ingerindo plantas, invertebrados e peixes.